sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Revolução Lisboeta

Este é um documental que eu encontrei há quasi dois anos e que falaba da evolução da música portuguêsa em um contexto urbano, o que a continução segue esta tomado da pagina de Red Bull.

Lusofonia_(R)evolucao Está a afirmar-se em Lisboa uma geração de músicos, produtores e DJs que, atenta às mutações estéticas e tecnológicas na música, não deixa de pugnar por um traço distintivo herdado pela cultura de que fazem parte: a Lusófona. É esta que favorece a singularidade dos nossos artistas num contexto histórico em que a uniformização na criação ofusca a singularidade. Lusofonia, a (R)Evolução é um cartão de visita sobre a identidade musical Lusófona.

“Esta revolução já existe. Já existe nas escolas, já existe quando vemos pares de namorados com miúdos pretos com miúdas brancas; miúdos brancos e miúdas pretas... Já existe esta revolução. Já existe quando vemos como os músicos se misturam entre si, já existe esta troca... seja a Kizomba, seja o Kuduro, seja o que for. Mas temos uma crosta na sociedade, quer nas grandes estações de rádio, quer na generalidade das editoras, que parece impermeável a isto tudo.”David Ferreira (Editor EMI Music), in “Lusofonia, A (R)Evolução”

Este documentário partiu do seio das actividades da delegação Portuguesa da Red Bull Music Academy. Este é um evento à escala mundial direccionado para a formação de músicos, DJs e produtores, que acontece uma vez por ano numa cidade mundial. Foi, tendo em conta o imenso potencial musical que reside no espaço lusófono que nasceu um documentário, que durou cerca de dez meses a produzir, e tem como base 35 entrevistados, 33 bandas e videoclips e pesquisa bibliográfica. O seu objecto foi a fusão entre elementos musicais autóctones de Portugal, Brasil e PALOP (Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau) e a sua integração em géneros de música urbana actual. O resultado deste cruzamento é o nascimento de produtos musicais específicos da lusofonia, revelando uma identidade singular dos seus executantes no cenário mundial.

O movimento de músicos de Lisboa – de Sara Tavares, Lura, Chullage, Buraka Som Sistema ou Sam The Kid – emana características únicas: sejam ritmos, melodias, vocábulos que sintetizam através dos sons cinco séculos de história conjunta entre os territórios que hoje partilham o idioma Português.“Lusofonia, A (R)Evolução” está dividido em várias partes:

1. As Raízes da Fusão: A música funcionou como um meio de integração social desde o séc.XV - início da exploração marítima de Portugal. As trocas sociais e culturais fomentaram o aparecimento de géneros musicais tendo como base um entreposto de escravos, Cabo Verde. O saudoso Raul Indipwo revela uma visão atenta e credível sobre as ligações entre, por exemplo, Fado e Morna, numa óptica em tudo idêntica à de José Ramos Tinhorão, publicada no livro “Os Negros Em Portugal: Uma Presença Silenciosa” - que serviu de base bibliográfica a este segmento do documentário.

2. A canção é uma Arma: A música também desempenhou um papel preponderante nos países lusófonos, quando estes viviam sob regimes ditatoriais (em Portugal e Brasil) e coloniais (em África). O movimento brasileiro Tropicália nasceu neste contexto e artistas nacionais e dos PALOP usavam a música como um meio de consciencialização social.

3. O Boom dos Anos 80: Não apenas nasceu uma indústria discográfica no decénio 1980-1990, como também começaram a chegar músicos africanos a Lisboa iniciando-se um processo de intercâmbio – que daria poucos frutos nesta década.

4. A Nova Mestiçagem: Foi nos anos 90 que a ideia de lusofonia ganha uma nova vida graças a uma geração de música urbana, influenciada pelo hip hop. Filhos de imigrantes despontaram através da compilação “Rapública”; bandas como os Cool Hipnoise davam uma nova abordagem aos ritmos brasileiros; os Kussundolola promoviam um Reggae angolanizado e editoras como a Nylon pugnavam por um produto português feito por executantes lusófonos. Os anos 90 foram uma época de transformação mas uma fusão musical lusófona decorre no segundo milénio. “Talvez um dia quando falarem em Lusofonia não vão estar a falar só do Português, mas também de tudo o que isso derivou...”Chullage (Músico), in “Lusofonia, A (R)Evolução”

5. Sons em (R)Evolução: Depois de 2000 os fenómenos de cruzamento lusófono tornam-se por demais evidentes. Marcelo D2, no Brasil, cruza Samba com Hip Hop; Nigga Poison e Chullage dão ao crioulo uma nova roupagem; os Buraka Som Sistema pegam no Kuduro para criarem uma nova música de dança, lisboeta; Lura e Sara Tavares, ambas naturais de Lisboa, operam na world music, seja seguindo a tradição de Cabo Verde, no caso da primeira, seja amalgamando elementos, no caso da segunda.

O documentário estará disponível no mês de Novembro, numa edição limitada e não passível de exploração comercial. Apresenta-se num pack com DVD+CD, onde constam temas de alguns participantes de “Lusofonia, A (R)Evolução”. Será cedido um contingente a festivais de cinema, música e multimédia aproveitando a rede mundial da Red Bull Music Academy com base em cerca de 70 países.

Visualização Completa aquí

2 comentários:

  1. Oi Carlos,
    você tem esse vídeo?
    Você poderia me emprestar para assistir?

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  2. O link do video, fica abaixo do texto, onde diz: "Visualização Completa aquí"

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